Projecto Recuperação das Camarinhas

 

A camarinha ou camarinheira (Corema album), é um arbusto tipicamente dunar que tem visto a sua população a diminuir devido à perda do seu habitat. Ainda assim, esta espécie tão única e característica, tem vindo a resistir às fortes intempéries marítimas, permanecendo até aos dias de hoje, um símbolo da Mata Nacional do Camarido e da zona dunar contígua de Moledo, tendo até possivelmente, dado o nome a este pinhal atlântico.

 

As lutas ecológicas surgiram em Caminha precisamente quando foi necessário defender a Mata Nacional do Camarido contra a sua alienação e urbanização, no final da década de 70 do século passado. A Corema ao adoptar o nome científico da camarinha ficou, desde logo, ligada à sua existência.

A constatação da regressão acelerada desta espécie botânica, existente originalmente apenas na Península Ibérica, impõe-nos que mobilizemos todos os recursos disponíveis para evitar o seu desaparecimento completo da zona dunar de Moledo e da Mata Nacional do Camarido.

Constituem, como são conhecidas em Espanha, autênticas perlas de las dunas, património natural e biogenético que não queremos ver extinto. Assim, nasceu há cerca de quatro anos, o projecto “Camarinhas”, tendo como objetivo recuperar as dunas na praia de Moledo do Minho, no concelho de Caminha, com principal destaque para a camarinha.


Paralelamente a este projeto da Corema, que conta com a colaboração do INIAV, I.P. (Oeiras) – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, no apoio à propagação de algumas camarinhas por estacaria, decorre desde 2016, o projeto educativo Emc2 (Explorar os Matos de Camarinha da Costa) do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (Lisboa). Este último tem permitido que alunos do 1º, 2º e 3º ciclos participem em visitas às dunas, para conhecer a camarinha, bem como as plantas invasoras que a afetam, como o chorão e as acácias.

As intervenções atrás descritas têm contado também com o apoio incondicional da União de Freguesias de Moledo e Cristelo, da Câmara Municipal de Caminha, da empresa “Raiz da Terra – Propagação de Plantas” (Vile – Caminha) e das Escolas de Caminha e de Vila Praia de Âncora.