Caro Professor Jorge Paiva,

Compreendemos muito bem o seu desalento com a falta de correspondência que a sua muito relevante acção cívica e o seu activismo ambiental insuperável sempre tiveram da parte dos poderes públicos e das entidades oficiais. Esta associação, com 36 anos de existência, também não encontra nenhuns motivos para possuir, com a actual caminhada, um genuíno optimismo em relação à construção de um futuro sustentável e viável do ponto de vista ecológico, ambiental e humano. Apesar disso, encontramos no exemplo de vida de pessoas como o Professor, um lenitivo que nos impele a prosseguir com a nossa intervenção, pese embora o facto de se insinuar, cada vez mais, como uma pregação no deserto. No caso do Professor apetece-nos dizer que, talvez, o mais importante não seja o triunfo e a vitória dos seus pontos de vista mas sim o combate que travou. O essencial não é ter vencido mas ter lutado bem e da forma como o fez. Revemo-nos, de certa forma, na afirmação do artista/activista chinês Ai Weiwei: “O Protesto transforma-nos primeiro a nós. Depois, quem sabe, o Mundo”. Continuaremos a acreditar que ainda é possível aprofundar a consciência ecológica dos cidadãos malgrado isso esteja a acontecer a um ritmo mais lento do que o da destruição do Planeta.

Somos inteiramente solidários com o pensamento e a atitude que o Professor decidiu tomar e não queremos deixar de expressar o nosso reconhecimento e gratidão pelo imenso legado que a vários títulos nos deixa. 

Um Ano Novo cheio de prosperidade!  

A Direcção da COREMA