By: corema

Comments: 0

Visita à Mata do Camarido

No passado dia 22/05/2020 participámos, a convite da Câmara Municipal de Caminha, numa visita à Mata Nacional do Camarido (MNC). Para além do Presidente da edilidade, dos elementos da vereação, do Secretário da União de Freguesias de Moledo e Cristelo e de um dirigente do NUCEARTES, estiveram presentes vários responsáveis do ICNF, entre os quais a Directora Regional da Natureza e Florestas do Norte, bem como o Gestor da Mata.

A visita teve como objectivo central dar a conhecer “in situ” os trabalhos em curso no âmbito do Plano de Gestão Florestal (anexo) aprovado em 2010, que estão a ser executados pelo ICNF, explicar o seu alcance e, ao mesmo tempo, percebeu-se, “esvaziar” a contestação que surgiu nas redes sociais e na imprensa, da qual a COREMA se demarca. Recuando 11 anos, lembramos que a COREMA organizou, em 15/05/2009, no Auditório da Biblioteca Municipal de Caminha, Mata Nacional do Camarido: passado, presente e futuro, tendo convidado para esse efeito o Dr. João Bento, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, responsável pela realização de vários estudos sobre o Camarido, que incluíram a elaboração do Plano de Gestão Florestal da MNC. E foi a apresentação desse documento que constituiu o tema central dessa iniciativa. A COREMA foi, pois, das primeiras entidades a conhecer o Plano de Gestão Florestal desta mata atlântica e a discuti-lo.

Com maior ou menor proximidade, temos acompanhado, ao longo dos anos, as intervenções que constam deste Plano de Gestão, mantendo um contacto com o Gestor da Mata, o Eng.º Rui Alexandre Batista, Técnico Superior da Unidade de Gestão Florestal do Minho, sedeada em Viana do Castelo. E foi com ele que falámos no decurso dos trabalhos que foram agora executados na MNC, no âmbito da consolidação do 1º ciclo do Plano de Gestão.

Com imperfeições, derrapagens no cumprimento da calendarização das intervenções previstas e falhas na sua divulgação pública, o ICNF tem realizado um esforço no sentido de gerir o património natural da Mata tornando-a mais resiliente e mais resistente ao fogo, mais biodiversa, realizando acções de controlo das espécies exóticas e invasores (sobretudo das acácias e das austrálias) que constitui um desígnio gigantesco. A intervenção levada a cabo há alguns anos na orla nascente da MNC, entre a EN13 e a linha do caminho-de-ferro, com a plantação de várias espécies de folhosas, só poderá merecer o nosso elogio.

A COREMA teve, no passado, posições de divergência com os Serviços Florestais (Circunscrição Florestal do Porto) criticando a gestão (ou a ausência dela) praticada na MNC. Sabemos, também, reconhecer o esforço que tem desenvolvido para abandonar a visão de mata de exploração e instituir no Camarido uma gestão mais consentânea com exigências de carácter ecológico e ambiental.

A COREMA continuará atenta ao presente e ao futuro desta mata que é uma das duas únicas matas públicas de protecção de dunas existentes na Região Norte e constitui um ex-líbris para Caminha e para esta zona transfronteiriça. A génese da constituição da COREMA está intimamente ligada à luta empreendida a partir do ano de 1981 contra a sua alienação por um consórcio árabe. Daí o nome Corema, designação científica da planta dunar da camarinha (Corema album), que terá baptizado também a Mata Nacional do Camarido (mata onde existem camarinhas).

Camarinhas (corema album)
Camarinhas (corema album)

By: corema

Comments: 0

Limpeza Costeira

No dia 19/09/2020 celebrou-se em Caminha o Dia de Limpeza Costeira, através de uma recolha de lixo, na praia da Foz do Rio Minho. A iniciativa contou com a colaboração da APLM – Associação Portuguesa de Lixo Marinho, da associação RAIA, do Aquamuseu do Rio Minho e da Corema, tendo tido o patrocínio da Fundação Oceano Azul.
À actividade juntaram-se cerca de 20 pessoas, pelas quais foram distribuídos sacos plásticos, luvas, material destinado à recolha de lixo e ainda uma pequena ficha de preenchimento para registo de dados. O percurso teve início a partir do parque de estacionamento e prolongou-se até à zona da foz do Rio Minho. O lixo encontrado no local foi, sobretudo, de pequenas dimensões, o que resultou numa recolha com um peso pouco significativo, de aproximadamente 24,5 Kg.

Em termos dos itens mais relevantes foram recolhidos:

– 889 pedaços de plástico de dimensão < 2,5 cm;

– 411 beatas de cigarros;

– 279 hastes de plástico de cotonetes;

– 236 biofiltros (provenientes de ETARs ?).

De destacar ainda a presença significativa de pellets, bem como tampas de garrafas de plástico, pedaços de esferovite e também a presença de tampões, aplicadores e máscaras descartáveis (a novidade do ano!). Entre o lixo também se recolheram outros objectos inusuais, tais como sapatos, botas de borracha, roupa e outros, já habituais, como os artefactos de pesca.

Resíduos de plástico encontrado na praia
Recolha de lixo

Os biofiltros são estruturas de plástico utilizadas em ETAR’s, sistemas de aquacultura, piscinas, entre outros, no sentido de extrair compostos e bactérias indesejáveis na água, em sistemas de recirculação. Estes plásticos, devido às suas dimensões reduzidas acabam por “escapar” e terminam nas águas de rios, riachos e por fim, no mar. O risco de serem engolidos por animais aquáticos é muito elevado, podendo causar asfixia ou atrofio do sistema digestivo do animal.

Biofiltros
Biofiltros
Microplástico (pellets)
Microplástico (pellets)
Microplástico
Microplástico

Os pellets de plástico tem-se revelado uma presença crescente nas praias portuguesas. Esta matéria-prima, utilizada por inúmeras empresas que produzem derivados de plástico, tem sido libertada por negligência para o meio ambiente. Devido ao seu tamanho muito reduzido (menos de 5 mm) e confundível com a textura e cor da areia, é muito difícil controlar a sua disseminação, mesmo seguindo as medidas voluntárias que têm sido recomendadas (OCS – Operation Clean Sweep). São facilmente ingeridos por peixes e aves, acabando por afetar toda a cadeia alimentar. Todas as partículas sólidas baseadas em polímeros, com um tamanho inferior a 5 mm, são consideradas microplástico, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA). Os microplásticos podem ser produtos que tenham já esse tamanho originalmente, resultantes de microfibras de roupas, microesferas e esferas de plástico resultantes da fabricação de peças plásticas, ou então, pequenos fragmentos resultantes da degradação de produtos plásticos maiores quando entram no ambiente, por meio do desgaste provocado pela ação do tempo e dos elementos, como por exemplo, as garrafas plásticas.

Os microplásticos são partículas que persistem no meio ambiente ao longo de centenas e centenas de anos, particularmente em ecossistemas aquáticos e marinhos. Uma vez ingeridos, são incorporados e acumulados nos corpos e tecidos de muitos organismos vivos. Todo o ciclo e movimento de microplásticos no ambiente ainda não é totalmente conhecido, assim como os efeitos que causam nos animais e no Homem. Esta é uma área de investigação que está a ser largamente estudada no sentido de perceber as complexas consequências que estes materiais podem trazer para todos nós.

Para o ano de 2021 a Corema espera contar novamente com mais participantes nesta causa que afecta a todos. Cada um de nós pode contribuir para uma pequena grande mudança! Por um mundo mais limpo, sem plásticos!

Nesta ação a Corema disponibilizou para venda exemplares da obra “Clara e a ilha do plástico”, um livro que aborda o tema dos plásticos no oceano pacífico e como é possível ultrapassar este grave problema que afeta todo o mundo.

A autora, Liliana Geraldes, natural do concelho de Caminha e atualmente a viver em Lisboa é uma ativista contra os plásticos descartáveis.

Entre em contacto connosco por email, corema.album@gmail.com para encomendar a sua cópia!

By: corema

Comments: 0

Bird Watching 2020

 

No dia 3 de Outubro aconteceu mais uma sessão EuroBirdWatching no concelho de Caminha, onde foram observadas no total 22 espécies, desde a zona da foz do Rio Coura até à foz do Rio Minho. O percurso de 3,5Km (ida e volta) durou cerca de 3h e contou com a presença de 20 participantes. O principal destaque ficou gravado num único registo fotográfico – a presença de um exemplar Ibís-preto, uma espécie rara neste local.

Estes mesmos dados foram registados na plataforma eBird, uma comunidade em rápida expansão com dezenas de milhar de observadores de aves de todo o undo. Os dados são incorporados em mapas e gráficos eBird, posteriormente utilizados por cientistas e que servem de base para tomadas de decisões no âmbito da conservação das aves e proteção dos habitats de que estas dependem.

Ainda para todos os amantes de aves, existe uma aplicação móvel que permite uma fácil identificação das aves através de fotografias. Facilmente encontrada na Play Store, a aplicação “Merlin” funciona como um guia digital. De salientar que para uma identificação correcta, todos um conjunto de variáveis precisam de ser avaliadas, como cores, sons, movimentos das aves e que muitas vezes só pode ser conseguida com prática e registos fotográficos que permitam uma nítida observação detalhada.

A Corema agradece a participação a todos os participantes, aguardando com entusiamo a próxima sessão de observação de aves.

 

Registos fotográficos exemplares das espécies observadas.
Nota: Todas as fotografias sugeridas pelo guia Fábio Montes encontram-se identificadas com o seu nome. Na impossibilidade, foram colocadas fotografias recolhidas da internet como forma de demonstrar a espécie em questão.

I am text block. Click edit button to change this text. Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.t